No conto "Unlocked: An Oral History of Haden's Syndrome" (que você pode ler de graça, veja só), John Scalzi utiliza um estilo narrativo muito bacana para contar a origem de uma pandemia de escala global e criar um universo interessante e cheio de possibilidades envolvendo essa doença conhecida como Haden's Syndrome que, em sua forma mais avançada, "aprisiona" a mente das pessoas em seus próprios corpos, que ficam completamente imobilizados. Em Lock In, romance originado desse conto maravilhoso, ele perde o ponto da massa e transforma essa premissa super interessante em um episódio (bem ruim) de CSI com robôs. No fim, a impressão que fica é a de que várias possibilidades foram jogadas ali (como o preconceito sofrido pelas pessoas que utilizam os "threeps" - uma espécie de robô criada para que os portadores da Haden's Syndrome possam se locomover e conviver com outras pessoas -, a ~barra~ do protagonista ser um dos portadores mais famosos da doença desde que era uma criança e a mais interessante, na minha opinião, que é o fato do crime principal envolver uma situação onde a vítima foi forçada a fazer coisas sem o seu consentimento), mas em nenhum momento chegam a ser exploradas totalmente. Mais sorte na próxima vez, Scalzi.
fora do pacote.
27 de ago. de 2015
20 de ago. de 2015
steven universe
Steven Universe é uma série de animação MARAVILHOSA do Cartoon Network! Por que ela é maravilhosa? Bom, a gente pode começar pelo fato da produção ser a primeira do canal a ser criada e ter como showrunner uma mulher, no caso, a Rebecca Sugar (que já trabalhou em Adventure Time, sendo a responsável pelo roteiro de dois ótimos episódios envolvendo a personagem Marceline).
Na série o planeta Terra tem como guardiãs as Crystal Gems, um grupo de guerreiras espaciais formado por Garnet, Amethyst, Pearl e Steven - um garotinho metade humano, metade Gem, que herdou os poderes de sua mãe, Rose Quartz, ex-líder do grupo que abdicou de sua forma física para que ele pudesse nascer. Enquanto acompanhamos as aventuras das Gems e o processo de aprendizado e desenvolvimento dos poderes de Steven, conhecemos também outras personagens que residem em Beach City, cidade onde está localizado o santuário barra QG do grupo e descobrimos mais detalhes sobre o passado das guerreiras, seus poderes e quem são os seus verdadeiros inimigos.
Ohana quer dizer família. Família quer dizer...
Além de clássicos da animação japonesa como Future Boy Conan e Revolutionary Girl Utena, Rebecca já disse que uma de suas maiores inspirações para a criação de Steven veio de seu irmão mais novo, Steven Sugar. A showrunner explicou ainda que Garnet, Amethyst e Pearl representam certos tipos de comportamento dela em seu relacionamento com o irmão:
"Às vezes sou superprotetora, às vezes eu não dou a mínima para o que ele pensa... Sempre quero ser como a Garnet, mas provavelmente nunca serei tão descolada como ela" (*)
Como também sou o irmão mais velho consigo compreender perfeitamente essa declaração da Rebecca. Me sinto bastante responsável pela educação dos meus irmãos mais novos e me preocupo muito com eles, mas não quero bancar o irmão chato, sabe? Quero ser cool como a Garnet e ao mesmo tempo protegê-los de tudo, enfim....
Embora esteja sempre por perto, Greg, o pai do Steven, não é o único responsável pelo garoto. Sendo assim, as Gems acabam muitas vezes assumindo um papel materno para Steven. Ao abordar esses diferentes tipos de relações familiares a série me enche de orgulho - e serve de exemplo para galerinha que defende a ~família tradicional brasileira~ perceber que uma família não precisa necessariamente ser formada por um pai, uma mãe e filhos. E não é só na família de Steven que isso acontece. Encontramos vários outros tipos de relações familiares em Beach City fora desses "padrões", como a da que administra uma das lanchonetes favoritas do Steven, composta (até o momento pelo menos) de um pai e dois filhos.
FEELS!
Apesar de ser uma série voltada inicialmente para o público infantil, frequentemente somos apresentados a temas mais sérios como sacrifício, luto e problemas de baixo-estima. Como a série é trabalhada do ponto vista de Steven, conforme o personagem vai amadurecendo e descobrindo que nem tudo é fun and games, a produção vai ganhando novos tons e nós, como espectadores, só temos a agradecer. E chorar. Muito.
Outro mérito de Steven Universe está na abordagem de um tema pouco visto em produções voltadas às crianças: a discussão de gêneros. E a série faz isso da forma mais adequada possível: com naturalidade. [Se você ainda não assistiu, toma cuidado porque o resto desse parágrafo contém alguns spoilers] No fim da primeira temporada descobrimos que a personagem Garnet é na realidade a fusão de duas outras Gems - Ruby e Saphire -, que por se amarem tanto e desejarem estar sempre perto uma da outra acabam passando a maior parte do tempo na forma fundida. Pearl também ganha novos contrastes quando descobrimos sobre a admiração dela por Rose Quartz e, consequentemente o sofrimento por ter que lidar com um sentimento não correspondido da mesma forma. [fim dos spoilers]
It's time to face the music!
Eu não poderia falar de Steven Universe e não mencionar sobre a trilha sonora da série! Todas as canções originais, que com certeza ficarão por dias na sua cabeça, são muito bem escritas e produzidas. As minhas favoritas são "Stronger Than You" e "Full Disclosure", mas essa é uma daquelas decisões terríveis de se fazer, porque gosto de tantas outras. Nesse perfil do Soundcloud você consegue encontrar várias dessas músicas, tanto as cantadas nos episódios, quanto as trilhas instrumentais.
O mais bacana é que esse lado musical não funciona só pra você comprar a trilha da série no iTunes e enriquecer os executivos do Cartoon Network ainda mais. Ele está inserido de uma forma muito natural na história ao ponto de você não estranhar que a qualquer momento Steven pegue seu ukelele e comece a cantar para que Pearl e Amethyst façam uma fusão. Ou ainda que a Garnet (que é dublada pela cantora britânica Estelle - lembra dela? De "American Boy") cante uma das melhores músicas ever! Por falar em música, a Nicki Minaj, essa linda, dubla uma das várias fusões das Crystal Gems (e talvez uma das mais problemáticas): a Sugilite.
O mais bacana é que esse lado musical não funciona só pra você comprar a trilha da série no iTunes e enriquecer os executivos do Cartoon Network ainda mais. Ele está inserido de uma forma muito natural na história ao ponto de você não estranhar que a qualquer momento Steven pegue seu ukelele e comece a cantar para que Pearl e Amethyst façam uma fusão. Ou ainda que a Garnet (que é dublada pela cantora britânica Estelle - lembra dela? De "American Boy") cante uma das melhores músicas ever! Por falar em música, a Nicki Minaj, essa linda, dubla uma das várias fusões das Crystal Gems (e talvez uma das mais problemáticas): a Sugilite.
Olha, se você ainda não se convenceu depois disso tudo que eu falei, não sei como vou te defender, miga! A primeira temporada de Steven Universe tem 49 episódios (de 10 minutinhos cada, fica calmo!) e a segunda ainda está em exibição - mas o Cartoon Network já renovou a produção até a terceira! E eu nem falei dos coadjuvantes maravilhosos (Connie ♥, Lars e Sadie, Onion, LION ♥ ♥ ♥), de todas as (possibilidades) de fusões entre as Gems, os poderes do Steven!!! Enfim, vai lá assistir e depois vem me agradecer, tá?
3 de ago. de 2015
broad city
Em Broad City, Ilana Glazer e Abbi Jacobson conseguiram levar a um novo nível aquela proposta super batida de amigos ~na faixa dos 20 anos~ vivendo em New York. Mas antes que você pense “mais uma?”, senta direito na cadeira e se prepara para a rasgação de seda que serão os próximos parágrafos onde eu vou te explicar porque você deve parar tudo que estiver fazendo pra assistir uma das melhores comédias no ar da TV americana.
Criada por Ilana e Abbi (que juntas também assinam o roteiro de alguns episódios e interpretam as protagonistas da série), Broad City foi inicialmente pensada como uma websérie, até que Amy Rainha Poehler deu uma ajudinha pras meninas como produtora executiva e transformou o projeto em uma série do canal Comedy Central. Com duas temporadas de 10 episódios cada, Broad City foi renovada para o terceiro ano, que tem estreia prevista para o início de 2016.
A gente sofre, mas se diverte
É muito fácil se importar com personagens que passam pelas mesmas barras que você. E apesar de morarem em uma cidade super famosa e badalada como New York, a vida das duas não é fácil. Abbi é responsável pela limpeza da academia onde trabalha e passa o dia inteiro desentupindo privadas, limpando ralos e lavando as toalhas personalizadas dos clientes super mal educados que frequentam o lugar. Apesar de odiar o trabalho e acreditar que tem potencial para ser uma das treinadoras do local, ela não abandona o posto (e ainda encontra um tempinho pra vender sua arte).
Ilana não tem tantos problemas no trabalho - onde faz questão de encontrar as desculpas mais complicadas possíveis para não fazer nada -, mas também tem que encarar a realidade de vez em quando, como no episódio em que precisa declarar seus impostos ou quando vende todo seu material de escritório pra comprar um ingresso pro show do Lil Wayne.
O fato é que, assim como a gente que trabalha a semana toda esperando pela sexta-feira, as duas sempre acabam encontrando um jeitinho de se divertir em meio ao estresse do dia-a-dia.
Sem medo de usar as palavras que começam com “V” e “P”
Apesar de ser um produto ficcional, Broad City possui um tom bastante próximo ao da realidade. As garotas não tem papas na língua e conversam sobre os mais variados assuntos como sexo, drogas e masturbação. Sabe aquelas conversas que você tem com seu/sua BFF? Ilana e Abbi também tem. Não importa a situação, hora ou local, se aconteceu alguma coisa muito foda (ou absurda), é bem provável que elas vão logo contar para a outra sobre.
Bom, e vivendo em uma cidade grande como New York, é quase impossível as meninas não acabarem sofrendo com alguém babaca SENDO BABACA. Mas sabe como elas resolvem?
Sendo lindas e feministas, claro! ♥
Friendship never ends
A amizade de Abbi e Ilana não só merece, como é obrigatória em qualquer lista de “Melhores Amigos da Ficção” de agora em diante. As duas se apoiam e cuidam uma da outra, não importa qual seja a situação. E quando eu usei a legenda “relationship goals” em uma foto das duas que postei outro dia não foi à toa. Imagina ter alguém pra te carregar nos braços se você sofrer um choque anafilático no meio de um restaurante chique, andar pela cidade inteira atrás do seu celular perdido ou te ajudar a roubar um ar condicionado? So good!
E apesar desse apoio mútuo em praticamente tudo, existem também aqueles momentos em que “nao tem como te defendê!”. Mas ainda assim uma sempre acaba encontrando um jeito de ajudar a outra.
Tem que ter pique pra acompanhar as duas
Além da Ilana e da Abbi mandarem muito bem interpretando a Ilana e a Abbi, todo o elenco de coadjuvantes merece palmas. Os recorrentes como o Lincoln (Hannibal Buress), peguete da Ilana, o Matt (John Gemberling), namorado da (sempre ausente) roomate da Abbi, o Jaimé (Arturo Castro), roomate da Ilana que é gay, traficante e imigrante ilegal e o Trey (Paul W. Downs), chefe da Abbi, já garantem boas risadas e têm uma química ótima com as meninas.
Mas além deles - principalmente na segunda temporada -, várias participações especiais acontecem e são memoráveis como Bobbi (Susie Essman), a mãe da Ilana viciada em bolsas e Kelly Ripa, sendo Kelly Ripa em um episódio hilário sobre um casaco perdido. Só pra aumentar ainda mais a lista (que já não está pequena) temos a própria Amy Poehler e Seth Rogen.
Bom, acho que apresentei motivos suficientes para você pelo menos encarar o piloto e também querer ser amigo da Abbi e da Ilana. Então deixa de bobeira e corre pra assistir, dude!
28 de mai. de 2015
dica de quinta: of monsters and men
Sabe aquele seu livro de fantasia favorito? Aquele que você nem precisou fazer esforço pra imaginar o universo criado pelo autor, de tão rico e bem escrito que era... Então, Of Monsters and Men provavelmente é a trilha sonora perfeita para ele. A banda originada na Islândia lançou o seu primeiro álbum, My Head Is an Animal, em 2012 e desde março deste ano vem promovendo o segundo registro, Beneath the Skin.
As quatro primeiras amostras desse novo álbum são ótimas. Todas receberam um lyric video muito bonito com algum artista fazendo lip sync da música, tipo a gente quando fica ouvindo ela no ônibus, sabe? Embora seja muito difícil apontar favoritas, confesso que de todas até agora, I of the Storm foi a que eu viciei mais rápido (seguida de pertinho por Empire). Confere aí todas elas e já prepara a contagem regressiva pro dia 8 de junho:
♥ ♥ ♥
21 de mai. de 2015
dica de quinta: alex newell
Quem conseguiu acompanhar Glee até o final (meus parabéns!) teve a chance de conhecer Alex Newell. Na comédia musical ele interpretava Unique, personagem transexual que não foi tão bem desenvolvida como deveria. Bom, Glee à parte, o ator fez como outras colegas de elenco e decidiu se aventurar em uma carreira musical. Diferente de Lea Michelle, Alex caminha a passos curtos, mas já possui um contrato assinado com a Atlantic Records para a gravação de um álbum.
Mas enquanto o álbum não vem, o rapaz não para! Além de realmente lacrar em apresentações ao vivo cantando hits como And I Am Telling You e I Will Always Love You, Alex já lançou seu primeiro single (que na verdade é um cover de), Nobody To Love:
Queridinho dos DJs, nesse meio tempo, Alex já acumulou quatro parcerias fantásticas. Todas elas seguem essa tendência dos anos 90, inclusive duas são covers de sucessos dessa época.
The Knocks - Collect My Love (feat. Alex Newell)
Blonde - All Cried Out (feat. Alex Newell)
Alex Newell & Matvey Emerson - Show Me Love
Clean Bandit - Stronger
Assinar:
Postagens (Atom)