31 de jan. de 2014

o primeiro dia do ano letivo a gente nunca esquece...

Eu odiava ter que enfrentar o sol do meio-dia para ir à escola. Odiava o cheiro dos produtos de limpeza baratos que usavam para limpar os corredores. Odiava aquelas pessoas novas, que pareciam se conhecer há anos e estavam bem mais felizes do que eu. Odiava os professores com aquele discurso preparado e as perguntas (nome completo, idade e conte um pouco sobre você) que eu passei a odiar ainda mais depois de ter que respondê-las pela quinta vez no mesmo dia. Odiava tanto que sentei na primeira carteira do lado direito, de frente para a porta, para que não precisasse encarar o resto da classe e também para ser o primeiro a sair quando o sinal batesse.





Hoje, relembrando aquele primeiro dia eu vejo tudo de uma maneira diferente. É engraçado como a gente já chega esperando o pior. Era o meu primeiro contato com o novo colégio depois de quatro anos estudando no mesmo lugar e convivendo com as mesmas pessoas. Eu só esperava o pior.

Mas aí o primeiro dia passou...

E conforme o segundo, o terceiro e os dias seguintes a esses foram passando, minha visão sobre tudo foi mudando. Já não existia tanto ódio por aquele lugar. Talvez por eu estar me acostumando com a situação, já que eu seria obrigado de qualquer forma a frequentar aquele lugar por mais sete anos? Talvez. Mas talvez também tenha sido porque eu encontrei pessoas que também estavam passando pela mesma situação que eu. A gente tem a impressão de todas as coisas ruins só estão acontecendo com a gente, que nós somos os únicos a sofrer, mas isso é tudo balela. Tirando aqueles grupinhos de pessoas que provavelmente já se conheciam mesmo - e aquelas pessoas que nascem com o gene da popularidade - tem muita gente que está enfrentando a mesma barra (e provavelmente odiando tudo e todos). E aí é só questão de você identificá-las e passar a ter alguém pra compartilhar esse ódio todo - que com o tempo começa a se dissipar igual espuma, ou aquela travessa de batata frita que a sua mãe jurava estar cheia há cinco minutos.


O importante da gente ter em mente é que mudar de escola/período/classe não é o fim do mundo. Mas não mesmo! A gente só encara como se fosse porque todo mundo tem um pouquinho de drama queen dentro de si. Claro que tem dois pontos principais pra toda essa negatividade, que vou tentar desmistificar nesses dois tópicos:

- Amizades;


Ah, os amigos! Aquelas pessoas que a gente passa mais tempo que a própria família. Que a gente tem intimidade pra falar que a roupa não combinou, que o corte de cabelo não foi dos melhores e que a gente conta aquelas coisas que morre de vergonha de dizer pra qualquer outra pessoa. Ser separado deles é difícil, pra caramba, mas às vezes é impossível de fugir. E acredite: se for mesmo uma amizade verdadeira, ela vai sobreviver a isso. Vocês podem até não se ver com a mesma intensidade, mas quando o fizerem, a sensação vai ser de que nada mudou. Isso sem falar que você, é, você mesmo, seu/sua drama queen, vai ter a chance de conhecer mais pessoas - que talvez estejam passando pelo mesmo problema - e novas amizades (até mais fortes) podem surgir.


- O medo da rejeição;


Porque vamos combinar? No fundo a gente só quer amar todo mundo e ser amado de volta, né, Brasil?! Aí você entra naquela sala enorme e vê um monte de gente diferente que vai te julgar de primeira - assim como você estará julgando eles também. E o primeiro contato é sempre o mais difícil, aquele que geralmente segue você pelos próximos dias, semanas, meses etc. A dica aqui talvez funcione para alguns e para outros não, mas é sempre válida: seja você mesmo. Pior do que causar uma ~impressão negativa é tentar parecer ser alguém que você não é para ser aceito. Se as pessoas só vão te aceitar por você fazer determinada coisa ou se vestir de determinado jeito, caia na real: elas não são as pessoas certas pra você.


Não existe um manual de "Como Sobreviver aos Anos Escolares" e mesmo que existisse, ele não iria funcionar 100% pra todo mundo. Cada um carrega experiências pessoais particulares e vai viver situações diferentes. O importante e talvez o mais indicado é não se isolar completamente, privando-se das novas experiências e impossibilitando que outras pessoas cheguem até você.




Pronto, cabô o momento revista teen. Hahahaha

P.S.: Esse post foi feito pensando especialmente em vocês dois. Na época em que eu passei por isso que vocês estão passando agora eu não tinha ninguém com quem desabafar sobre tudo que estava acontecendo. Mas vocês têm a mim. Eu sempre vou estar disponível pra vocês, a qualquer hora do dia, sempre, sempre, sempre. Por isso, se quiser chorar as pitangas, xingar o professor ou tiver dúvidas sobre x ou y, é só me chamar, ok? 

Nenhum comentário: