# (minha) alice no país das maravilhas

"[...] E, ardendo de curiosidade, correu pela campina atrás dele, ainda a tempo de vê-lo se meter a toda a pressa numa grande toca de coelho debaixo da cerca.No instante seguinte, lá estava Alice se enfiando na toca atrás dele, sem nem pensar de que jeito conseguiria sair depois". - Aventuras de Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll

Ok, não vamos ser hipócritas ao ponto de dizer que esse está sendo o primeiro contato dela com o País das Maravilhas. Ao contrário da menina da história original, ela já visitou o lugar algumas vezes. Algumas muitas vezes. Só que agora é diferente. Agora ela tem documentação, é cidadã oficial do País das Maravilhas.

Mas nesta história não tem coelho branco e nem chapeleiro. Quem indica o caminho é um ratinho deveras inteligente e capaz de diversas funções. Funções essas, que ela já conhece de cor e salteado! Talvez a grande diferença entre as histórias das duas meninas - além dos nomes, épocas e até Países das Maravilhas diferentes - esteja no fato de que ao contrário da primeira, não temos um narrador presente para nos contar o quão maravilhosa e fantástica será a aventura.

As pegadas dela vão estar na estrada, mas somente isso não pode nos mostrar com exatidão o que ela viu, ouviu e sentiu. Talvez ela nos conte quando voltar. Ou talvez conte só o que aconteceu de mais extraordinário. Talvez ela ache tudo uma grande bobagem. Talvez nós tenhamos muita curiosidade para pouca história.


O que dá para dizer por agora é que talvez a pessoa mais preocupada e temerosa com quais caminhos surgirão pela frente não é a nossa heroína, mas sim eu, o narrador dessa história que não presenciarei.