30 de ago. de 2012

# a lição de isadora


Sabe quando o Harry tem sua primeira detenção com a Umbridge, em Ordem da Fênix? Eu já passei por uma situação bem parecida. Não envolvia magia, gatinhos na porcelana a me observar, mas a diretora do outro lado da mesa era uma espécie de Dolores - mas sem os casaquinhos de tweed.

Não precisei escrever "não devo contar mentiras" usando como tinta o meu próprio sangue, mas a situação foi bem tensa. Ela queria que eu apagasse da comunidade da escola no Orkut, um post que eu tinha feito, reclamando sobre um rumor envolvendo a minha classe. Confesso que fui ingênuo ao fazer aquilo, mas não estava descumprindo nenhuma regra. Afinal, a comunidade tinha como intuito não só divulgar as coisas boas da escola, mas servir como um canal direto entre alunos e administração/professores/coordenação.

Resultado final: eu não apaguei o post, mas alguns dias depois ele tinha sumido misteriosamente, junto com toda a repercussão que tinha desencadeado.

Mas por que estou falando sobre isso, afinal? Há alguns dias, o “Diário de Classe”, criado pela estudante de Santa Catarina, Isadora Faber, vem ganhando repercussão na mídia. A iniciativa dela em criar a página denunciando os problemas de infraestrutura da sua escola serviu como vitrine para a situação atual das escolas públicas do nosso país.

São equipamentos quebrados, ambientes inadequados para a vida escolar, profissionais não-qualificados (ou não-incentivados), entre outras coisas. Para quem já estudou, estuda ou conhece alguém que frequente a rede pública de ensino sabe bem que os problemas expostos por Isadora não são exclusivos da Escola Básica Maria Tomázia Coelho.

Espero que, outros alunos façam como Isadora, que com apenas 13 anos, provocou mudanças significativas em toda a comunidade da qual faz parte, e por que não dizer, de todos os brasileiros? Esse é um exemplo para ser seguido! Que venham mais Diários de Classes de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Rio Grande do Sul...

Afinal, de Ginas Indelicadas nós já estamos cheios.

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