14 de abr. de 2014

firefly

Em setembro de 2002 o mundo conheceu Firefly, uma série que tinha potencial para se tornar um dos maiores sucessos da televisão. Isso mesmo, tinha. Com apenas 11 episódios exibidos a série foi cancelada, deixando os fãs inconformados e ávidos por mais. Para a surpresa e alegria dos admiradores, Firefly ganhou um filme em 2005, onde pontas soltas foram amarradas e um final oficialmente apresentado. Mas mesmo com essa oportunidade, quem se encantou pelas aventuras espaciais da tripulação da nave Serenity nunca se satisfez por completo. De certa forma, esse sentimento de revolta que acabou ajudando a manter Firefly viva - e atraindo novos admiradores, como eu - até hoje.



Já faz um tempinho que eu ouço comentários positivos sobre a série. E graças a essa insistência resolvi dar uma conferida. Logo de início já me deparei com fatos bem curiosos sobre Firefly. Durante sua exibição na TV, a ordem dos episódios foi trocada e dos 14 episódios produzidos, apenas 11 foram ao ar. Por sorte, tive o prazer de assistir a todos eles na ordem correta durante a minha recente maratona. Terminada a série, conferi o filme, Serenity, que encerra a história e no fim das contas compreendi o porquê desse carinho todo que as pessoas têm: Firefly é uma série incrível!



Imaginem só vocês, uma série de sci-fi que mistura elementos de faroeste e jornadas espaciais. As chances dos resultados serem desastrosos são altíssimas, mas graças a um trabalho inspirado de Joss Whedon (criador da série) e sua equipe de roteiristas, Firefly conseguiu explorar bem esses temas e muitos outros, criando uma mitologia própria e fascinante.

A história de Firefly se passa em um futuro distante onde os seres humanos tiveram de abandonar a Terra e passaram a viver em um novo sistema solar. Acompanhamos, então, a tripulação da nave Serenity, que é comandada pelo Capitão Malcolm Reynolds (Nathan Fillion), um ex-militar que após sair perdedor da guerra civil contra o sistema governante conhecido como Alliance resolve viver no modo hard, contrabandeando mercadorias e fazendo os jobs mais arriscados possíveis.



Cada episódio acaba mostrando um desses trabalhinhos insalubres que a tripulação da Serenity faz - o que me fez lembrar um pouquinho com a dinâmica do anime Cowboy Bebop, mas só um pouquinho - e vamos conhecendo mais sobre esse novo lar da raça humana. Tem, por exemplo, a influência enorme da China nesse novo sistema. No começo você estranha que os personagens vira e mexe soltam uma expressão estranha - que quase sempre parece ser um xingamento - em chinês, mas com o passar do tempo isso meio que acaba se tornando super natural pra gente, como já é pra eles. E não para por aí. Dá pra ver que as influências chinesas chegaram na moda, arquitetura etc. Não lembro deles explicarem o porquê dessa popularização, mas esses pequenos detalhes mostram o cuidado que tiveram na criação da série.

"Nine people looking into the blackness of space and seeing nine different things"

Por falar em cuidado e dedicação, gostaria de comentar sobre o que mais me cativou em toda a série. Esqueçam o espaço, naves, conflitos contra o sistema governamental, mistérios, etc. Firefly me conquistou através de seus personagens. A tripulação da Serenity é composta de nove pessoas com personalidades distintas que nos 14 episódios são apresentadas a situações distintas e reagem conforme seus próprios ideais, crenças, alianças e corações. Sim, essa é uma SÉRIE SOBRE PESSOAS.



No fim das contas, acaba sendo difícil escolher um favorito porque todo mundo ali tem um background muito interessante e personalidades que cativam quem assiste muito rápido. Como não amar Kaylee (Jewel Staite), por exemplo? Ela é a mecânica da Serenity e a pessoa mais fofa ever. Tem também a Zoe (Gina Torres), que é mais badass que o próprio Mal e ao mesmo tempo é super doce quando está com o seu marido (e piloto da nave), Wash (Alan Tudyk). Enfim, todo mundo ali tem um papel importante e são desenvolvidos durante os episódios.



Além do cast principal dá pra mencionar ainda alguns personagens recorrentes como a Saffron (Christina Hendricks), que chega muito perto de eliminar a Serenity e sua tripulação usando apenas seu charme, inteligência e um batom paralisante!!!

Os vilões de Firefly também conseguem ser bastante emblemáticos. Além da ameaça da Alliance, que sempre paira onde quer que a Serenity vá, e dos temidos canibais conhecidos como Reavers, os antagonistas de Mal & Cia. são bem apresentados e desenvolvidos.

Em Serenity, como já foi dito anteriormente, temos o desfecho das aventuras de Mal & Cia. O filme por si só já renderia duas horas de puro entretenimento, mas com o conhecimento prévio daqueles personagens a diversão só aumenta. É nele que descobrimos a resolução de alguns mistérios da série como os poderes de River (Summer Glau) e a origem dos temíveis Reavers. E também rolam mortes que deixam a gente de queixo caído e com um "REALLY?" estampado na testa, porque é impossível que aquilo esteja acontecendo. 



Mas independente da revolta com as mortes não dá pra negar que conseguem dar um final até que redondinho pra Firefly. A vontade de ver mais histórias da tripulação ainda é grande, mas dá pra ficar um pouquinho satisfeito com o desfecho que dão para os personagens que a gente acompanhou durante os 14 episódios, que no fim das contas parecem ter sido muito mais que isso, tamanho o envolvimento.

Bom, acho que mais fanboy que isso eu não consigo ser. Antes de terminar, porém, queria destacar o meu episódio favorito da série, "Out of Gas", que tem um estilo de narrativa bem diferente do usual e provoca feelings em quem está assistindo desde os seus primeiros minutos. Sério, se vocês não quiserem ver a série eu até entendo, mas ASSISTAM esse episódio. Ele consegue resumir em seus 45 minutos muito da personalidade de cada personagem e ainda serve como um prólogo das aventuras da Serenity.

GOZEI

♥ "Take my love, take my land / Take me where I cannot stand / I don't care, I'm still free / You can't take the sky from me / Take me out to the black / Tell 'em I ain't comin' back / Burn the land and boil the sea / You can't take the sky from me / There's no place I can be / Since I found serenity / But you can't take the sky from me" 


CUIDADO! Essa imagem ultrapassa os níveis de beleza permitidos nesse blog

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