7 de jul. de 2014

battlestar galactica


Sempre ouvi elogios sobre Battlestar Galactica. Parece ser de conhecimento geral (ou pelo menos de quem é consumidor de séries de TV), que o seriado é parte integrante daquela lista de produções que todas as pessoas deveriam assistir uma vez na vida. E depois de muito adiar, eu assisti as quatro temporadas e me juntei ao coro: ASSISTAM BATTLESTAR GALACTICA!

Battlestar Galactica tem uma série clássica que foi transmitida no fim da década de 70. Mas nada de desanimar! O seriado foi reimaginado pelo roteirista e produtor Ronald D. Moore em 2003, respeitando os acontecimentos do material original, mas explorando novas possibilidades - tanto na parte de produção, quanto na de roteiro.

A história de BSG começa quando, após um período de paz, as 12 Colônias de Kobol são atacadas pelos cylons - uma raça de inteligências artificiais criadas pelos seres humanos, que se rebelaram contra seus criadores. O ataque destrói praticamente toda a raça humana, que se reúne em uma frota, com o intuito de escapar da ameaça dos cylons e buscar um novo lar. Protegidos pela nave de guerra Battlestar Galactica, que fornece a proteção militar da frota, a raça humana precisa sobreviver, mas eles falham. Ah, como falham.


Nesse ponto é bacana apontar que nessa nova dinâmica, onde os humanos são perseguidos pelos cylons a todo momento, eles precisam se organizar novamente como sociedade. Esse fato colabora para a existência de várias discussões importantes e plots interessantes envolvendo política e religião. Porque por maior que seja a quantidade de problemas em que a humanidade esteja metida, ela sempre encontra um novo jeito de se auto-sabotar. Então vão rolar insurreições da população insatisfeita com as escolhas do governo e/ou dos militares, golpes, surgimento de grupos religiosos, terrorismo, revoltas trabalhistas etc. E conforme a série avança, descobrimos que os próprios cylons têm problemas parecidos dentro de sua organização. Fica impossível de não associar todos esses pontos abordados com situações que vemos na vida real. Talvez esteja aí um dos grandes acertos de Battlestar Galactica.

Em uma história cheia de conflitos assim podia se esperar personagens bem menos trabalhados e uma provável tendência ao maniqueísmo, certo? ERRADO! Os personagens da série conseguem ultrapassar o nível de meras peças de roteiro e ganham vida conforme a história avança. E o mais interessante: ninguém é 100% bom ou mal. Todos os personagens principais (e até mesmo os coadjuvantes) possuem várias camadas, que vão sendo exploradas ao longo das quatro temporadas. Portanto, é bem provável que aquele que começou sendo o "herói" vai te deixar muito puto em algum momento e que o "vilão" vai acabar te fazendo torcer por ele.

O meu final five (entendedores entenderão rs) é composto por Kara Starbuck Thrace, Sharon Athena Agathon (ou Sharon Boomer Valerii, ou ainda Number Eight), Laura Roslin, Karl Hero Agathon e Gaius Baltar. Daria pra estender a lista, porque o que não falta na série é personagem, também. Mas esses foram os que me mantiveram interessados do início ao fim.


Cabe também uma notinha particular aqui pra dizer que a série tem sim seus problemas. Senti que do meio da terceira temporada para a quarta o ritmo cai um pouco. Lembro de ficar adiando bastante de assistir nesse ponto, porque os episódios sempre me deixavam com um sono tremendo. Mas isso acaba se tornando irrelevante quando colocamos na balança. É de bater palmas a qualidade do trabalho feito em BSG. Fica bastante claro que orçamento era um probleminha para os produtores, que conseguem criar plots e desenvolver storylines que se passam na maior parte do tempo dentro das naves da frota - poupando assim um possível gasto exorbitante com efeitos especiais/locações externas. Além disso, a mitologia criada para a série é bastante intrigante. Tanto a que se refere aos humanos (com suas divindades, planetas e história), quanto a dos cylons (com seus modelos, crenças e formas de organização).

Resumindo: se você está pensando em assistir ou tem dúvidas se vale a pena investir na série, pode ficar tranquilo. Battlestar Galactica entrega tudo o que se pode esperar de uma série de sci-fi e vai além, apostando no drama pessoal de suas personagens, nas discussões políticas e filosóficas e, o mais importante, na diversão.


(P.S.: Texto meeega atrasado, relevem! Ele estava na minha caixa de rascunhos desde o ano passado. Mas antes tarde do que nunca, não é mesmo, manas?)

Nenhum comentário: